terça-feira, 18 de agosto de 2015

Comer, rezar e amar.

     Aqui estou eu, aos 22 anos me dando conta que só agora tenho total controle da minha vida. Não existe um jeito objetivo para contar em que estado estou. E qual foi o meu caminho até chegar aqui. O que me levou a escrever, e me sentir Carrie Bradshaw, escrevendo em seu laptop(laptop risos, alguém ainda fala isso?) em New York, contando sobre sua vida interessantíssima como se o mundo inteiro realmente quisesse saber. Ou até mesmo como a Lis, protagonista do livro "Comer rezar e amar", que coincidentemente sempre vejo o filme quee me trás reflexões decisivas sobre a minha nada mole vida. E não digo isso para enfatizar alguma dificuldade, até porque se existe alguma, é apenas a minha falta de noção e controle sobre o que acontece. Lis também é escritora.RS Um riso interno me invade ao ver que escrevi "também", como se eu fosse uma escritora renomada com livros publicados e filmes reveladores. Embora eu sempre acreditei que seria uma boa escritora, aquela das boas histórias. Mas daquelas histórias em que sempre podemos aprender algo. Sempre tive muito medo de ser professora do que nunca vi e vivi e é por isso que sempre preferi caminhos turbulentos na vida. Paguei pra ver. Vi. E nunca escrevi. E agora escrevo. Para que minhas palavras sejam luz não só para mim, mas para quem saiba alguém mais.
     O filme começou a 1 hora mais ou menos, e Lis está na Itália.  Ela era casada, vida estável, emprego estável, e de repente nada mais fez sentido. E ela largou o marido, um namorado, casa, família, tudo! Em apenas 40 minutos de filme e foi viajar sozinha pelo mundo. Buscando prazeres simples na individualidade e Deus.  Já eu, não tinha um casamento estável, só um relacionamento, que apesar de muito conturbado, estava bom na medida do possível. Um emprego que tinha tudo para ser bom, mas graças à falta de comprometimento dos superiores, tornava a vida dos meros funcionários mortais um inferno. E estava sugando a minha alegria de viver. Ainda moro com minha mãe. Meu pai faleceu à anos. Isso não é um problema na minha vida, para quem pensar em pesar, algumas coisas na vida são naturalmente superáveis. Uma delas é a morte dos seus pais antes de você. É bom aceitar, que realmente dói menos. Talvez/com certeza você deve ter me achado dura. Algumas pessoas confundem dureza com praticidade. E como diz Cazuza, não vale a pena sofrer, não vale a pena a viagem, é muito cara a passagem.  E isso eu não falo apenas sobre a morte, mas sobre tudo. E é claro, que algumas coisas são insuperáveis.  Mas essas a gente guarda lá no fundo do core, numa caixinha c um adesivo escrito NÃO MEXE PFVR. O assunto nem era esse, mas geralmente quando a gente expõe um pensamento é preciso ter cuidado para evitar os "mimimis" como alguém vier e dizer que eu não ligo para meus pais morrerem ou etc. Coisa que eu não tenho paciência, não por ser dura. Mas por ser prática. E gente idiota dá trabalho.
          Voltando à minha vida, eu estava num relacionamento bomba-relógio, num emprego caverna do dragão, querendo fazer faculdade à anos,  pagando muitas faturas, ganhando pouco, querendo emagrecer e comendo cada vez mais, querendo sumir, querendo morrer.  Existiam momentos eu que eu me sentia feliz, e via possibilidades em melhoras naquelas coisas quebradas que eu mantinha. Eu as tinha. E precisava manter. E se não as tivesse ficaria sem nada.
Então o meu amor se mudou. Para outro estado. Ele sempre diz "500km" mas eu não sei se é essa a real distância da minha pequena esquisita cidade, até a Promíscua Portuária cidade dele.  À principio, o meu otimismo não me deixou falhar. Nem pestanejar. Mas com o passar dos dias, a solidão subiu nas minhas costas junto com o descontentamento e eu virei a burra de carga mais triste do planeta. Me definia como Darkssexual, quando saia e alguém perguntava se era solteira ou estava namorando. Na realidade, eu estava sim em um relacionamento sério, mas era com as trevas e com a solidão. De repente eu me vi sozinha, comigo mesma, e não sabia o que fazer. Eu não era nada do que queria. Eu não fazia nada do que queria. Uma das principais leis de sobrevivência é permanecer em movimento. Talvez a mais importante. Com suas exceções. Aprendo muito com filmes, isso por exemplo foi em Guerra mundial Z. Me dei conta que  eu tinha que mover.
Eu tinha que fazer algo.
Eu decidi afundar meu navio.

I'm back in town baby

Estou retomando meu blog em pleno 2015, já que as coisas não podem estar mais mágicas para não dizer loucas. Aos poucos vou dando nova cara, novo espaço. 
Vou contar em que estado estou, nos tons mais altos. 
Fico feliz por estar de volta em mim. 

terça-feira, 27 de março de 2012

Clint Westwood.

Me sinto culpada ultimamente por ser inútil.
É tempo de estudar, trabalhar, acordar de madrugada e ir dormir de madrugada, exausto após um dia de batalha.
E eu vivendo esse sonho que se estende de rua em rua, em vão.

Foi Caio que escreveu, Zézim.

"Sabe o que eu sinto? Tem duas coisas me puxando, dois tipos de vida — e eu não quero nenhum deles. Quero um terceiro, o meu. Que ninguém tá curtindo. [...] — não tô conseguindo viver como eu gostaria — e não tenho coragem de ficar sozinho e tentar, você me entende? Acho que não. Eu vou levando, tenho horas de soluções drásticas, vou levando. Mas não sei até quando. [...] E eu fico muito comigo mesmo nisso tudo — cada vez mais sufocado, mais necessitado que pinte um VERDADEIRO ENCONTRO com outra pessoa, seja em que termos for. Parece que ou eu ou os outros não somos mais tão disponíveis. Será que estou fechando, perdendo a curiosidade? Eu não sei. Vou dormir. Amanhã te escrevo mais um pouco."


Foi Caio Fernando que escreveu, como poderia ele saber?

se queres ser feliz, enfeita.

Quando tudo que é belo se faz ausente, me resta enfeitar o feio, o vazio.
Transformar meu silêncio em música, o vidro em espelho.
Escolher as palavras para esquecerem quem fala. E a história poder ter um pouco mais de esperança, já que a autora, não.
Vivo os fardos do destino e repito comigo baixinho “Se perder, também é caminho.”